Baseada em referências que vão de John Summit a Pink Floyd, “Cash” é o primeiro lançamento do ano do paulista baseado no Rio, Franz Kellermann, e do amigo F-Coast — alcunha de Felipe Costa. A música foi lançada pelo selo Cool 7rack no último dia 14. Ouça aqui.
A track é um Tech House inspirado nas batidas com muita percussão que o John Summit vinha fazendo. Tem uma história interessante atrás dela. Apesar da levada latina, foi quase que totalmente produzida enquanto eu estava de férias na Rússia. Assim que o voo decolou do Rio de Janeiro, eu comecei a trabalhar já no avião”, conta Franz.
Quando ela começou a ganhar forma, enviava para o F-Coast, no Brasil, que trabalhava nela e me retornava com as mudanças. Foi assim por 21 dias, enquanto eu viajava entre Moscou, Yelabuga, Kazan e São Petersburgo, até eu finalizá-la faltando exatamente 30 minutos para pousar de volta no Rio”, complementa.
Com um groove que bebe da soul, “Cash” traz ainda samples de trap e rasta, que, segundo o produtor, foram “profundamente modificados, principalmente na sua métrica”.
Os sons de dinheiro, caixa registradora e moedas foram inspirados no Pink Floyd, e foi um desafio posicioná-los sem que eles embolassem com os demais elementos. A mixagem e masterização ficaram por conta do grande Krash“, explica.
Kellermann vem de um passado com forte ligação com o rock’n’roll e o metal, o que ajuda a entendermos de onde vêm tantas referências variadas na sua produção eletrônica. O fato de ser multi-instrumentista, segundo ele, o confere “uma leitura mais orgânica e humana da música que está sendo tocada e da reação da pista que estou comandando”.
Com 42 anos, o residente de Macaé colaborou por anos com o Whiplash.net, maior site de rock e metal da América Latina. Em 2014, veio o ponto da virada: um festival em Cingapura, onde morava, com atrações como Martin Garrix, Skrillex e Above & Beyond o fez se apaixonar pelo estilo, até encontrar sua identidade no tech e no deep house. O projeto atual, que leva o seu nome de batismo, foi lançado em 2018, depois de anos de estudos em discotecagem e produção musical.
“Não tem sensação melhor do que ver a aceitação do público a algo que você se dedicou e criou”, encerra o artista, que cita Vintage Culture, Eric Prydz, Groove Delight, Gabe, Chris Lake, Don Dolla, Queen, Metallica e Van Hallen como algumas de suas principais referências.