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Melodic Therapy: gravadora brasileira tem um ano de afirmação estética e expansão

Em 2025, a Melodic Therapy consolidou definitivamente sua presença no circuito melódico nacional e internacional, isso porque apesar de concentrar suas operações no Brasil, seu alcance já foi muito além das fronteiras do país. Apenas neste ano foram seis releases que ajudaram a fortalecer sua identidade: uma estética que combina sensibilidade, modernidade e uma capacidade de reconhecer artistas que tratam e entendem a música de forma sensível e bastante particular.

O EP Bombastic, de Amir Telem, abriu 2025 com um diálogo entre Afro House e Indie Dance que sinalizava a direção do selo: produções com bastante ritmo, mas ancoradas em nuances melódicas que sustentam profundidade. Em seguida, chegou a primeira compilação, Inner Resonance I, reunindo 11 faixas que exploram diferentes vertentes melódicas.

Em junho, Dub Trip, de Saint Carmo, expandiu essa narrativa apresentando um trabalho que transitava entre groove, introspecção e densidade emocional. Logo depois, a presença de CurolDimitri NakovTolex Ruskar no EP colaborativo Elysium reforçou a vocação da label em conectar artistas que prezam principalmente por uma narrativa coerente, aproximando gerações e conectando diferentes eixos criativos. 

Já em outubro, Distant Bays, de Greg Ochman, reafirmou a amplitude da gravadora ao abraçar o organic house com uma abordagem cinematográfica e riqueza nas texturas ricas, demonstrando que a Melodic Therapy estava disposta a ocupar diferentes margens do universo melódico.

Agora todo esse movimento encontra seu ápice no mais recente lançamento do selo: Iluminado Apagado, oitavo EP assinado pelo produtor grego The Gosha em colaboração com dois dos vocalistas mais expressivos da cena eletrônica na atualidade, Abrão Paul Brenning.

The Gosha chega à Melodic Therapy após anos como figura-chave das noites underground de Atenas. Ele é um artista que domina a dinâmica de pista, mas não apenas como DJ, já que também traz um grande know-how como produtor de eventos, sabendo muito bem o que funciona em um dancefloor. Isso fez com que ele firmasse colaborações com outros nomes de peso, incluindo Robert Owens, Lazarusman e Deep Aztec.

Mas embora o trabalho seja originalmente de The Gosha, precisamos destacar o protagonismo dos dois vocalistas envolvidos. Abrão é um dos nomes mais emblemáticos do Indie Melódico contemporâneo e tem uma voz histórica ligada a grandes selos como Correspondant, Watergate, Human By Default e Disco Halal. E aqui ele prova que todo seu reconhecimento é mais que justificável, entregando uma performance densa e espiritual que é muito característica sua. 

Do outro lado, Paul Brenning representa uma geração mais nova, mas ainda assim já é um nome bastante requisitado, tanto que soma colaborações com Tim Engelhardt, Maga, Yulia Niko e Re.you, e passagens por Innervisions, REALM, microCastle e Radikon. Apesar da carreira recente, Paul opera em um ritmo bem impressionante, realizando diversos lançamentos por ano com um senso de performance que se ajusta tanto ao house melódico quanto a atmosferas mais densas.

As três faixas do EP exploram diferentes elementos e sensações, tensionando entre elegância e perigo, luz e sombra. A faixa-título, “Iluminado Apagado”, com Abrão, apresenta uma névoa melódica onírica guiada por vocais que parecem surgir do além.

Em “Riders of Night”, Brenning ajuda a criar uma atmosfera noturna com andamento hipnótico, mantendo o ouvinte em suspensão contínua. Fechando o trabalho, “Mad Max” revela o lado mais cru e cinematográfico de The Gosha, com mais energia de pista, pensada para momentos de impacto.

Se você gostou deste e dos outros trabalhos apresentados no início, te convidamos a seguir a Melodic Therapy no Instagram e acompanhar os próximos lançamentos dessa gravadora que tem se mostrado como uma das mais interessantes da cena brasileira.