Introduzir novos artistas no mercado musical pode ser uma tarefa desafiadora em meio à vastidão de talentos e à competitividade do cenário atual. Nesse contexto, os covers e remixes emergem como ferramentas poderosas, oferecendo uma plataforma única para a entrada de novos talentos.
Ao reinterpretar músicas populares ou colaborar em remixes de artistas estabelecidos, os novos talentos têm a oportunidade de alcançar um público mais amplo e consolidar sua presença no cenário musical. Essas práticas não apenas fornecem uma vitrine para a criatividade artística, mas também abrem portas para colaborações futuras e estabelecem conexões valiosas com o público-alvo.
Além de servirem como uma introdução acessível ao público, os covers e remixes também oferecem aos novos artistas uma oportunidade única de demonstrar sua habilidade interpretativa e estilo próprio. Ao reimaginar músicas conhecidas sob uma nova perspectiva ou incorporar elementos únicos em remixes, esses artistas têm a chance de mostrar sua originalidade e personalidade artística.
Essa abordagem criativa não apenas os diferencia da concorrência, mas também permite que construam uma identidade musical distintiva, essencial para se destacar em um mercado saturado. Dessa forma, os covers e remixes se revelam não apenas como uma porta de entrada para novos talentos, mas também como uma ferramenta estratégica para a construção de uma carreira duradoura e significativa no universo da música.
Hoje vamos conversar com Leonardo Lanny, um músico multi-instrumentista, cantor e compositor de Belo Horizonte, Minas Gerais, que também é proprietário e fundador do estúdio Premium. Leo é um cara antenado e já teve várias bandas covers famosas na cidade, se apresentando em grandes eventos.
Além disso, teve a oportunidade de lançar covers pela Sony Music com artistas como Enkode, recriando versões famosas de bandas como The Killers, dando um toque moderno ao clássico hit da banda. Hoje, o artista se dedica ao seu estúdio e ensina novos talentos a se introduzirem no mercado.
Como você vê o papel dos covers e remixes na introdução de novos talentos musicais no mercado atual brasileiro?
Leonardo Lanny: Fala, Pessoal!? Que prazer estar aqui com vocês, agradeço imensamente o convite e vamos direto ao tema da semana! Por já ter vivido vários contextos e experiências no mercado da música: vocal coach, produtor, engenheiro de mixagem, sideman, compositor, dentre outros. Ouso dizer que a importância desse tipo de trabalho é notória. Apesar de haverem outras formas de se mostrar, interpretar músicas que já são consagradas pode ser uma estratégia a se considerar.
Não que seja um atalho, ou algo fácil de se fazer, afinal, pode ser que o público seja até mais exigente, no entanto, remixes/covers, quando bem estruturados, costumam ser bem aceitos. O ouvinte por já ter uma memória afetiva pela música, inconscientemente mistura esse sentimento à surpresa de uma nova roupagem, ou um arranjo inesperado, e isso é uma ferramenta muito poderosa para trazer o público para conhecer o trabalho desses novos talentos.
Quais são os principais desafios que os novos artistas enfrentam ao tentar se destacar no cenário musical, e como os covers e remixes podem ajudar a superá-los?
Leonardo Lanny: Hoje o mercado fonográfico está extremamente aquecido, todos têm acesso à tecnologias, equipamentos de gravação que podem viabilizar o lançamento dos trabalhos. Mas, nesse mar de possibilidades e informações, apenas ter um trabalho de personalidade costuma não ser o bastante.
É necessário aprender a lidar com as plataformas, os algoritmos e bolar estratégias para fazer com que você passe a ter um foco de luz no meio da multidão. Um cover/remix carregado de personalidade é uma dessas situações que podem te colocar em voga e ajudar a alavancar o número de admiradores do seu trabalho.
Baseado em sua experiência, qual é a diferença entre produzir um cover ou remix e criar músicas originais, em termos de processo criativo e impacto na carreira do artista?
Leonardo Lanny: A diferença é muito grande, apesar de em ambos haver demanda criativa, no caso das músicas originais, você parte do seu infinito particular. O que quero dizer com isso? O ponto de partida são suas influências, vivências, competências, sentimentos, fatos cotidianos, e você pode partir de absolutamente qualquer lugar que exista dentro de você. (Hahaha! achei muito filosófico, mas deu pra entender, né?!).
No processo de cover/remixes, por mais criativo/combinativo você seja, o ponto de partida já está pré-definido, veio de dentro de outrem, e isso faz muita diferença na condução desses processos. O público em geral, clama por se sentir conectado ao artista, dessa forma, os covers não são os maiores responsáveis por criar esses elos mais fortes. Mas, como já falamos anteriormente, pode ser uma ponte para a criação desse vínculo.
Pra gente fechar o papo de hoje! Você poderia compartilhar algumas das lições que aprendeu ao colaborar com bandas covers no mercado de Belo Horizonte, sobre seu lançamento com a Sony Music em projetos de remixes, e outros trabalhos similares?
Leonardo Lanny: A minha experiência mais significativa foi na faixa Somebody Told Me, um remix incrível do ENKODE. Inclusive estou esperando mais convites dele, hahaha. Cara é um fera! Esse remix eletrônico ainda tem muita da energia que a música do The Killers passa pra gente. Por isso, decidi manter uma interpretação mais fiel à do Brandon Flowers.
Entender de técnica vocal me ajudou muito. Foi um grande desafio! Poucos sabem que essa música especificamente, eu gravei em casa de maneira super simples durante a pandemia, e mesmo assim, teve uma aceitação passiva do público. Então, fica a seguinte lição: GALERA, FAZ! Não espera. Das situações mais inesperadas para surgir uma oportunidade! E foi o que aconteceu de fato, já que, essa faixa me ajudou muito apresentar minhas várias outras facetas na música. Pessoal, um grande abraço pra todos vocês!
Após uma conversa esclarecedora com Leonardo Lanny, fica evidente o papel significativo que os covers e remixes desempenham na jornada de novos artistas no mercado musical. Suas experiências compartilhadas destacam não apenas os desafios enfrentados, mas também as oportunidades emocionantes que surgem ao reinterpretar músicas populares e colaborar com outros artistas.
Ao analisar esses insights, fica claro que a criatividade e a inovação são fundamentais para se destacar na indústria da música, e os covers e remixes oferecem uma plataforma valiosa para os artistas explorarem e expandirem seu alcance no mercado.
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