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Foto: Avicii via rukes.com

Avicii: 730 dias Without You

É tão ingrato contar uma história de amor sem conhecer o motivo dele, né. Sem ter dito um ‘oi’ ou um ‘muito obrigado por tanto’. É estranho falar sobre uma despedida que parece nunca ter acontecido. Soa, ainda, como um devaneio qualquer de uma loucura qualquer. Não parece verdade, não se sente como verdade e, cá entre nós, não poderia, JAMAIS, ser verdade.

Que falta você tem feito, Avicii. Que imensidão se tornou a sua lembrança nos nosso corações. Nem nós e nem você tínhamos a dimensão de que sua ausência seria majestosamente celebrada. Te festejamos em vida, te ouvimos, assistimos, seguimos, idolatramos, mas a presença física parece mais como uma barreira do que como um facilitador do amor.

Dizer o que se sente a quem está ao lado parece desnecessário, mas experimente não tê-lo mais ali. As lamentações de que era possível ter feito isto, feito aquilo. Foi pouco, sim. Durou tão pouco e evaporou na velocidade de um dia. Num piscar de lágrima. A gente tinha outros planos e a aposentadoria parecia só um descanso. Era o prelúdio do adeus e não nos demos conta.

Depois, a incredulidade. A praça que se encheu de gente estarrecida e sem forças para cantar a última de suas eternas músicas. Os sinos das igrejas que badalaram nos acordes das favoritas. Os festivais que dedicaram palcos, momentos, sets, sons, sentimentos em sua homenagem. Seus beats que ecoaram em um silêncio ensurdecedor e que arrastaram lágrimas e sorrisos confusos nos nosso rostos.

Porque sorrir e chorar num mesmo momento? Por quem? Por Tim. Por Avicii. Pela alegria incontida de ouvir e cantarolar trilhas sonoras de nossas vidas e lembrar que o dono delas nos vê, agora, do alto. A tristeza dá as mãos para a gratidão e assim caminhamos. A vida pós vida da arte talvez seja o real Estado D’Arte e por isso seja tão lindo. Tão intenso.

A casa nova de Tim é no coração e cada um. Ano após ano, lembrança após lembrança. Já são dois anos, são 24 meses, muitos minutos, milhões de horas, uma saudade só. Ainda que o mundo tente nos convencer, Tim, saiba, você segue vivíssimo em nós, para nós e conosco para todo sempre.