Tornando-se o DJ e produtor de Psytrance mais seguido do mundo, Claudinho Brasil celebra a conquista exatamente no ano em que completa 20 anos na música eletrônica.

É surreal e, ao mesmo tempo, uma mistura de várias coisas. É persistência. Eu me dedico à música há mais de 30 anos. Com 12 anos, aprendi a tocar cavaquinho, depois violão, depois pandeiro e bateria. Sempre cantei. Meu primeiro trabalho profissional na música foi em 1993. Em 1999, entrei para a Faculdade de Artes do Paraná. São muitos anos de dedicação. Nunca deixei meu foco escapar e fracassar nunca foi uma opção”, conta.

Claudinho Brasil, o primeiro artista da cena Psytrance a utilizar seu próprio nome como título do projeto, sempre teve a autenticidade e a verdade como guia de seu trabalho.

Tendo o Psytrance como paixão norteadora, ele também inovou ao adicionar elementos de outras sonoridades para criar algo que depois chamou de Poptrance, a mistura do Psytrance com a música popular — que mais tarde virou o nome de sua gravadora.

Muitos não sabem que cantei e toquei bateria numa banda de rock and roll por quase uma década, antes do Psytrance. E cresci escutando MPB, artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque… Amo música popular e queria muito trazer essa minha bagagem para a música eletrônica. Em 2005 foram meus primeiros experimentos, que ainda não ficaram bons, faz parte. Naturalmente, a coisa foi acontecendo e ver isso funcionando me deixa extremamente feliz e realizado. É uma dádiva poder viver isso”, declara.

O DJ e produtor viu seus vídeos viralizarem nas redes sociais e o Poptrance ganhar corpo nas pistas de dança. Diariamente, Claudinho recebe mensagens com depoimentos de pessoas de diferentes idades e gerações que se sentem tocadas por suas produções, além de muitos relatos de pessoas dizendo que se curaram da depressão e de outras enfermidades.

Tem gente que fala: ‘Eu não escuto música eletrônica, mas o teu vídeo apareceu por acaso na minha timeline e eu tô apaixonado pelas tuas músicas’. Outras dizem: ‘Eu nunca fui numa rave, mas onde vai ser o teu próximo show?’. Essas mensagens trazem um impacto muito grande pra mim. Muitas relatam que tocam minha música para acalmar os filhos, para cuidar da ansiedade, para ajudar na depressão… Tem uma menina que se curou do câncer e disse que ouvia minhas músicas durante o tratamento. Meu Deus do céu, isso é algo indescritível, que vai muito além do que eu podia imaginar. E a música tem esse poder de fato. A música pode curar”, explica.

Motivado por essa troca de energia com o público e por sua paixão pela música, Claudinho Brasil pretende continuar seu trabalho com a mesma persistência que o trouxe até aqui: música que sai do coração e toca as pessoas de verdade.