Eu comecei no cenário eletrônico como DJ e, por muitos anos, consegui viver da música trabalhando dessa maneira. O que me levou a entrar na produção foi poder me expressar de uma forma original. Eu demorei um tempo pra entender a importância de produzir e depois de entender essa importância foi um processo de descoberta, fiquei muitos anos pra encontrar algo que realmente fizesse sentido pra mim”.
Antes de encontrar esse propósito, Thiago Zacchi, teve outros projetos, junto com bons amigos. Todos deram muito certo, mas ele sentia que não estava conseguindo passar sua mensagem da maneira que gostaria. Quando começou um projeto 100% seu, que transmitisse realmente a sua essência, ele tomou gosto pela produção e encontrou a felicidade fazendo música.
Eu sempre fui um apaixonado pelo House Progressivo, então, Sasha, Hernan Cattaneo, John Digweed e Eric Prydz foram alguns dos nomes que me influenciaram nessa vertente. Sou grande fã de Laurent Garnier e extremamente apaixonado pelo House de Dennis Ferrer e Harry Romero. Todos esses nomes sempre colocaram muita influência dentro do meu som, até hoje”.
Muitas vezes, conta ZAC, ele volta a 2005, 2006 para ouvir coisas desses artistas, entender histórias que facilitem a criação e a inspiração dele. Dentro do cenário atual, o jovem é fã das músicas de David August e Nicolas Jaar. São dois produtores que, diz ele, trazem muita inspiração por conta da musicalidade que possuem, pela forma de combinar as coisas.
Quer saber mais sobre ZAC? Confira a entrevista completa:
Indo na contramão dos sons que bombam nas pistas pelo Brasil, de onde surgiu essa paixão pelo som que você vem produzindo atualmente?
Zac: Essa paixão surgiu lá atrás, quando comecei a descobrir a música eletrônica. O som que faço atualmente é o reflexo da minha essência. Eu não faço isso pra estar na moda ou seguir uma tendência, eu faço isso porque faz parte de mim e sempre vai fazer. Todo tempo sempre fui fã e admirei o trabalho dos artistas que citei acima.
Sou apaixonado pela forma que se produz e também pela forma que se toca ao vivo. Um DJ de Progressive não toca somente esse estilo, mas ele constrói seu set de forma progressiva, e é aí que está toda a magia, construir algo que tenha uma história com início, meio e fim.
Suas tracks vêm recebendo ótimos feedbacks do público e de grandes artistas, e o seu som vem ganhando cada vez mais adeptos. Você diria que chegou a um som que te define?
Zac: Eu acredito que estou no caminho. Essa pandemia me colocou no estúdio da forma mais intensa que tive na vida. Acredito que tive uma evolução significativa do que estava produzindo para o que estou fazendo agora. Eu, particularmente, entrei num grande processo de aprendizagem, comecei a estudar mais do que antes e sinto que consigo entregar algo a mais do que já entreguei. Por isso falar que cheguei a um som que me define é difícil, sempre tem algo novo para se aprender.
Podemos dizer que o Progressive House e Techno Melódico estão passando por um momento bem interessante, principalmente no Brasil. Você acha que isso é uma fase passageira ou que este som tem grande chances de tomar mais destaque nos eventos do Brasil após a pandemia?
Zac: Isso já é uma realidade. Percebo que grandes artistas nacionais começam a dar pitadas de House Progressivo e Techno Melódico em suas faixas. Alguns deles migrando quase que totalmente para esses estilos. Isso tem um lado super positivo, pois desperta a curiosidade das pessoas que ainda não conhecem, sendo assim, é inevitável que os estilos se popularizem e cada vez mais pessoas gostem e se apaixonem por isso.
Tenho certeza que isso não é passageiro, pois estamos falando de estilos que não param de crescer não só aqui, mas no mundo todo. Esses estilos têm muitas ramificações e faixas que combinam com diversos momentos da noite. Uma vez chegando aqui, é difícil de voltar, o ouvido não deixa.
Agora vamos falar sobre seu último lançamento, como foi o processo criativo? Teve algo, alguém ou até mesmo um momento que te inspirou a produzir essa track?
Zac: Meu último lançamento de sucesso foi “Seventh Street”. Ela pegou top 1 de Melodic Techno e ficou entre as 100 mais vendidas do mundo entre todos os estilos. Foi um processo criativo totalmente diferente do resto, pois a música era pra ser uma Masterclass do Warung School.
Eu produzi tentando mostrar técnicas novas pra galera e ao mesmo tempo tendo uma qualidade necessária para estar no Warung Recordings. A inspiração realmente foi o templo, o amor pelo club e pelas pessoas que frequentam aquele lugar, passei grande parte do tempo imaginando como seria tocar essa faixa no amanhecer, fui dominado por esse pensamento quase todo tempo que estive construindo essa música. Foi incrível.
Nos conte sobre a “Fluxo”, e sobre o papel que ela vem desempenhando no mercado e como ela surgiu:
Zac: A ideia inicialmente era ser uma gravadora, tudo sobre a gravadora já estava na minha cabeça a algum tempo e o nome “fluxo” também, no processo de criar a gravadora veio a pandemia e a ideia de ensinar as pessoas que não estavam conseguindo fazer músicas com o nível que o mercado exige.
Nosso papel então agora é de ouvir e aceitar as boas demos, mas também ensinar aqueles que ainda não desenvolveram as habilidades suficientes, por isso toda terça-feira eu dou aulas gratuitas ao vivo no meu canal do YouTube. Por lá venho compartilhando não só truques de produção musical e discotecagem, mas toda experiência de 17 anos vivendo da música.
Acredito que o papel da Fluxo hoje, é acolher as pessoas que querem ser artistas, esse acolhimento vem acompanhado de educação, porque os alunos que já sabem, ensinam os que não sabem. A Fluxo é esse ciclo de aprendizado e evolução constante… você chega sem saber nada, aprende e tem a oportunidade de ensinar os que chegam depois de você. É a nossa colaboração para o mundo.
Gostou de conhecer um pouquinho mais sobre o ZAC? Então, acompanhe o artista e faça vibez!