Em “Pantheon”, Argy celebra suas raízes e mostra lado artístico da mitologia grega

Argy, DJ grego de 38 anos, lançou no dia 13 de janeiro deste ano o single “Pantheon”, feito em parceria com a dupla de produtores Goom Gum. Argyris – seu nome real -, é um dos maiores na cena Techno Melódico, reconhecida principalmente pela estética diferenciada que suas músicas são construídas. 

Nascido em Rodes, uma ilha que pertence à Grécia, Argy possui uma carreira sólida na indústria desde o lançamento de seu primeiro hit, “Love Dose”, de 2005. De lá pra cá, o DJ evoluiu a maneira de conduzir seu som, sempre diversificando a trilha sonora que compõe uma carreira brilhante na música eletrônica. Inclusive, é dono de “Tataki”, o maior sucesso da gravadora Afterlife no YouTube, com mais de 18 milhões de visualizações.

Após uma série de tracks muito bem avaliadas pelo público, em 2023 Argy retornou às suas origens com uma verdadeira aula de ambientação sonora: “Pantheon”. Não é por acaso que o nome da faixa seja “panteão” – “Pantheon”, traduzido do inglês -, já que ao investigar um pouco mais sobre as origens de Argy, é possível descobrir o quanto ela deve significar ao artista.

Rodes é conhecida por suas praias exuberantes e paisagens de tirar o fôlego, mas também é uma enorme fonte de cultura grega – há uma forte herança artística deixada pelos povos que ali viviam, seja em arquitetura, línguas ou pinturas. Inclusive, na cidade havia o Colosso de Rodes: uma enorme estátua que representava o deus Apolo.

Argy cresceu no local e teve acesso aos feitos de seus antepassados – não à toa descobriu a pintura antes de se tornar um renomado produtor musical -, por conta disso, ao criar o conceito de “Pantheon”, trouxe a nós, ouvintes, a sensação de estar na pele daqueles que o formaram, como uma viagem ao DNA do DJ. 

Concebida no Techno, a track parece simular a ambientação de uma batalha épica, que ocorre na imaginação de quem apertou o play. Um dos detalhes mais interessantes é o “refrão”no qual Argy e Goom Gum nos deixam extasiados por um clímax que, em forma de drop, salta os sentidos e transforma qualquer lugar em uma arena. 

Não é a primeira vez que vemos um grego conquistar tamanho público em uma homenagem à sua terra, talvez o maior expoente disso seja Homero e sua “Ilíada” – curiosamente, a experiência de “Pantheon” fica mais interessante se escutada imaginando a batalha final da história.

por Lucca Magro