Anteriormente mostramos como boas ideias, genuíno empenho nelas, e principalmente criatividade, criam tendências mundiais que podem moldar a indústria da música eletrônica. Agora, aqui, você vai entender alguns casos atuais na prática.
Ser original, apostar na criação de algo que vai lembrar você em cada som, criar uma identidade sonora para todos os seus projetos, é ir além, é buscar a sua originalidade. É cravar a sua marca na cena.
Sobre isso, reunimos aqui 4 hits e aspectos que os tornaram originais o suficiente para marcar a carreira de seus autores. Confira:
CamelPhat – Cola:
Ao reparar no quão único soa Camelphat e no quanto eles vem inspirando mais e mais pessoas ao redor do mundo nos últimos anos, trazendo referências do underground inglês, ao melhor estilo Underworld, e até mesmo Orbital, nos remetendo ao antigo Techno, seja no ritmo, como nos timbres de sonoridade analógica, ainda sim soando da maneira mais moderna e elegante possível.
É um duo cujo os integrantes produzem e se envolvem a décadas com a música eletrônica, e que não só mais fazem parte da cena, mas que criam ativamente dentro dela e a moldam, com características tão próprias que fazem com que seja impossível ouvir alguma de suas músicas, sem logo associar ao nome.
Como o próprio Mike Di Scala, um dos integrantes do CamelPhat diz, a música real refere-se a uma busca constante por uma nova forma de expressão, de maneira que faz com que a música eletrônica não possa ser criada em repouso e nem estabilidade.
Rüfüs Dü Sol – Alive
Bem como, o Rüfüs Dü Sol, grupo considerado indiscutivelmente genial em cada um de seus lançamentos, trouxe uma linha Progressiva e Pop, de sabores e estética “retrô-moderna” para a música eletrônica, tudo isso com performances extremamente musicais e introspectivas.
Isso se dá porque a banda utiliza-se de antigos e famosos sintetizadores analógicos, utilizados inclusive pelo Kraftwerk, porém com técnicas de síntese sonora, recursos de gravação e produção, de qualidade altamente superior.
Na track ‘Alive’, de seu álbum ‘Surrender’, o trio australiano explora uma batida que nos remete ao Breakbeat, ritmo conhecido de longa data, vindo com inspiração no Techno e nos já citados sequenciadores de ritmos de hip-hop, mas que quando explorado de maneira criativa, e reinterpretado, com elementos mais orgânicos como o grupo fez, além de aliada aos sintetizadores retrôs, se torna o melhor exemplo de inovação.
Flume – The Difference:
E isso, nos remete também ao Flume, Australiano indicado ao Grammy por diversas vezes, que circunda o mundo do Pop Eletrônico de maneira totalmente original, com uma música futurista incrivelmente texturizada, que exprime a marca inconfundível do artista, como por exemplo em seu single ‘The Difference’, que inclusive, traz a mesma batida Breakbeat, enquanto utiliza vocais como instrumento sintético, que também é uma marca do artista.
Este é um exemplo de artista que explora com criatividade a tecnologia na produção, utilizando-se de uma das técnicas mais clássicas para composição de música eletrônica, a do uso de samples, sejam pedaços de voz ou batidas, porém neste caso de uma maneira totalmente “fora da caixa”, através dos recursos da produção moderna.
Não sabemos como esses artistas vão continuar nos surpreendendo e mudando nossas percepções musicais, mas de uma coisa sabemos: Eles vão! Bem como não temos certeza sobre o que se tornará tendência na música eletrônica, mas sabemos que uma constante mudança é certa, e também indefinida.
Porém, através desta reflexão, podemos imaginar que será, talvez, através de uma reimaginação totalmente surpreendente de elementos e idéias das quais já nos separamos antes, num produto híbrido e inovador.
Vintage Culture
Vintage Culture, por exemplo, ao relembrar o início de sua carreira, comenta sobre o fato de como gêneros e manifestações considerados ultrapassados, antiquados, “demodê”, ou até mesmo associados a movimentos culturais dos quais se há preconceito (assim como foi com o surgimento do House) muitas vezes são reimaginadas, para então, tornarem-se sinônimo de inovação, criatividade e símbolo cultural.
Um exemplo disso é como o próprio Vintage Culture traz em suas produções um “groove” que nos remete ao House Clássico, com samples de baterias das máquinas sequenciadores de ritmos, enquanto explora sintetizadores que nos remetem muitas vezes ao techno, trazendo com esse conjunto de elementos, músicas inovadoras e modernas, com alto nível de produção.
Quem sabe a batida do breakbeat, que timidamente mostra sua cara vez ou outra no mainstream, bem como o underground inglês do CamelPhat que cada vez mais vem tendo sua identidade aprimorada, não representem um renascimento dos anos 90 e 2000?
Quem sabe os sintetizadores analógicos dos anos 70 e 80, cuja sonoridade cada vez mais é buscada, seja pelos próprios equipamentos ou emulações digitais, não faça com que estes timbres sejam cada vez mais presentes nas produções que ouvimos (mais do que já estão)?
Em vislumbres de possíveis futuros para a cena, as suposições das quais podemos fazer são diversas! Mas o único fato é, o de que teremos o prazer de as viver intensamente no palco, descobrirmos e curtirmos sonoridades novas (ou criá-las), vermos transformações, e entender os impactos que idéias fortes e apaixonadas tem, e como elas marcam o mundo.
É essa metamorfose constante que faz da música eletrônica uma manifestação cada vez mais atemporal, e um ótimo exemplo de como a cultura nunca se desfaz, de que de uma maneira fluída recria-se em si própria, se retroalimenta, e faz de si, algo cada vez mais marcante.
Enquanto aproveitamos estas constantes novidades, por que não conversarmos sobre essas reflexões? Qual sua opinião sobre, e o que você acha que vem por aí? Quais artistas são sinônimos de inovação para você? Conta pra gente lá no nosso insta!