Pedro Mendes, natural de Goiânia, mundialmente conhecido como Illusionize, celebra 11 anos de carreira em 2020, e além de ser um dos grandes impulsionadores da música eletrônica brasileira, ele vem vivendo grandes momentos em sua vida. E como não poderia ser melhor, ele compartilhou com a gente muita visão positiva nessa entrevista exclusiva. Leia!
Você é exemplo e inspiração para muitos, e nesses 11 anos de carreira, com certeza foi aprendido muito, o que você deixa de reflexão para quem admira seu trabalho?
Illusionize: Primeiro, você precisa se conhecer. Busque o autoconhecimento e desenvolva sua espiritualidade. Eu acredito que isso é fundamental em uma pessoa, pois são essas duas frentes que permitem com que você consiga estar atento às coisas que estão acontecendo ao seu redor.
O momento chave de mudança da minha vida foi quando eu me encontrei espiritualmente, quando eu encontrei Deus. E eu sei que é muito difícil e complicado enfrentar algumas coisas nesse mundo em que vivemos, mas a gente tem que ser forte e ter fé, sempre!
A música, no final das contas, me ajuda muito de diversas formas. É a música que me dá forças para passar por tudo. E quando eu toco para essa galera e todos me ‘abraçam’ é um sentimento inexplicável.
Acredito que muitas coisas que acontecem na vida seguem um fluxo normal. Somos nós que temos que estar preparados para tudo. Então para quem é novato e está entrando no mundo da cena eletrônica, dou a dica para que você pare, reflita e se conheça primeiro, pois assim você vai conseguir estar em qualquer lugar, sem perder a sua essência. Nada vale mais do que a sua essência!
Eu me lembro de uma música que fiz quando estava passando por um momento ruim, em que eu só não entrei em depressão porque eu fui firme e passei por tudo de cabeça erguida, que é a “Bubblebath”. Nela, eu tirei algo de mim, por isso ela é ‘rasgadona’, na época eu nem tinha som nessa linha. Isso me marcou!
Tem até uma música que eu fiz recentemente, que eu consegui trazer um pouco de mim, e de uma forma que eu acho que nunca fiz igual numa música, até então, que é a “Paralellunn”, ainda não lançada.
Vamos falar de música! Comente sobre os lançamentos, sua gravadora e o retorno ao Mysteryland:
Illusionize: Esse ano vai ser um ano forte de lançamento. Em agosto, teremos o que eu chamo de lançamento da minha vida. Essa música vai marcar um círculo máximo para mim. É o que eu posso dizer por agora, fiquem de olho!
Mas falando do meu mais recente lançamento, a “Distortion”, ela tem funcionado bastante e tenho visto que a galera tem aceitado esses sons mais diferentes, mais experimentais, digamos.
Um exemplo é a cena de Goiânia. Há uns quatro anos atrás, não era metade do que é hoje… o público do eletrônico agora aumentou demais. Esses dias, por exemplo, eu toquei em um evento para mais de 10 mil pessoas lá.
Agora falando um pouco sobre a collab com o Fábio, vou compartilhar algo que nem todos sabem sobre nossa parceria de longa data – pouco tempo antes de o Fábio se mudar para São Paulo, ele morou na minha casa uns dias e foi uma experiência bem massa. Certo dia, ele entrou no estúdio de manhãzinha e eu logo em seguida, e ele já estava começando uma ideia irada, que finalizamos juntos.
Eu acho muito legal, porque as minhas músicas com o Fábio (Visage) carregam muito de nós dois. Isso é uma coisa que faz a diferença no fim das contas, né?
Nosso lançamento mais recente juntos foi a “Distortion”, lançada pela Insomniac, em janeiro, na label In Rotation, e estou muito feliz com a projeção que a track tem alcançado!
E já que estamos falando de “lansar a braba”, nesta sexta-feira, 21/02, temos o lançamento da “Flame”, pela Spinnin’ Records. A Flame é uma track que é pressão, sabe? Daquelas que ao mesmo tempo que assusta o cara na pista, tem uma vibe bacana. Sem falar que há meses ela é uma das tracks mais pedidas pelos fãs!
Acredito que tudo isso que falei já é motivo suficiente para sentirmos que esse ano chegou com tudo!
Fale sobre a Elevation:
Illusionize: Eu quero focar mais energia nela. Agora estou focando na parte musical, estamos trazendo artistas que enxergamos muito potencial, e eu estou particularmente feliz com o que temos colhido com a gravadora até então, musicalmente. Há vários artistas que estão aparecendo no mercado agora, que surgiram através dela.
Conte mais sobre a Mysteryland e essa aceitação internacional que o seu som vem conquistando:
Illusionize: Há 2 anos, eu toquei pela primeira vez no Mysteryland no palco do camping, em 2019 toquei no Main Stage, e agora volto com o palco da Elevation, onde eu farei um extended set após o final do festival, das 23h30 às 2h da manhã.
Será uma excelente oportunidade de mostrar meu som, o som da Elevation e fazer com que mais pessoas conheçam a identidade da música que produzimos por aqui.
Eleja alguns momentos que moldaram a sua carreira:
Illusionize: Primeiro foi quando eu comecei; a primeira vez que eu toquei, isso marcou muito. Depois disso, foi quando eu comecei o Illusionize com o Visage, em Outubro de 2014. Daí veio a “Bass”, que foi um grande marco para mim.
Quando eu conheci o Alok, muita coisa na minha vida mudou também. Aí veio o Renan na minha vida, meu manager, que é uma pessoa que eu me vejo muito nele e vice-versa, a gente tem uma conexão muito forte.
Depois tiveram alguns lançamentos, collabs… Mas o álbum “X” foi um marco muito especial, uma das obras mais importantes da minha vida, que celebrou os meus 10 anos de carreira ano passado. Conseguir elevar o audiovisual do projeto foi um marco também… na verdade, tudo na minha vida é importante (risos).
E o marco mais recente é essa música que fiz, a “Paralellunn”, que já está no meu set há um tempinho e a verdade é que fico sem palavras com a reação do público sempre que a toco. Eu sou muito abençoado e grato demais por tudo isso!
Você comentou com a gente, no começo de 2019, que o festival que mais tem a cara do seu som, era o Universo Paralello. Na virada de ano você tocou lá, e nós queremos saber como foi:
Illusionize: Foi ótimo, velho. Toda a experiência! É claro que, infelizmente, eu não consegui aproveitar o festival como eu queria, porque eu estava vindo de uma bateria de muitos shows. Correria absurda, muito stress e logística ‘apertada’, mas no fim deu tudo certo. Eu levei até minha mãe para o festival!
Primeiro eu fiz um set de chill out, que eu não coloquei como Illusionize no line-up, tanto é que ninguém ligou uma coisa na outra… então foi engraçado ver a reação da galera ao chegar e me ver tocando num palco que o povo vai para meditar e relaxar. Então eu fiz um set completamente diferente, outra proposta, né.
Depois, para completar, toquei no UP Club, que foi histórico. Foi vibez! O Universo Paralello com certeza é o festival mais diferenciado que existe no Brasil hoje, pela experiência que se vive ali… tem perrengue? Tem, mas no final das contas, o perrengue te faz mais forte!
E aí, curtiu conhecer mais sobre essa fera? Aproveite e dê o play nesse set exclusivo e cheio de grave que ele gravou especialmente pra gente: