A conta chegaria e todo mundo tinha ciência disso. Usávamos todos, termos amenos, mas a realidade do caos iminente sempre foi conhecida. Colapsada, a indústria do entretenimento segue sem previsões.
Como sobreviver após mais de uma centena de dias sem faturar? Sem produzir? Algemados pela pandemia. A equação saúde e progresso não tem uma resolução simples e parece seguir longe disso. A luz vermelha se acendeu e a gente precisa falar sobre isso imediatamente. E rápido.
O grupo conhecido como Movimenta-SE, criado e aderido por cerca de 250 integrantes da indústria do entretenimento no Brasil, surgiu para acelerar essa pauta e criar um laço entre quem produz e quem comanda, isto é, quem governa.
No sentido de prestar ajuda à retomada segura das atividades, seguindo todos os protocolos de segurança sugeridos pela OMS e demais instituições responsáveis, o grupo tenta algum avanço, mas, por ora, não é ouvido. Como prosseguir sem quebrar?
Encabeçado por Rodrigo Rocha, Lucianne Polazzi, Michaella Heep, Aluísio Mourão e Rodrigo Otávio, o grupo tem se reunido e apresentado uma cartilha estruturada para uma retomada consciente e consonante com as práticas sanitárias. Preocupados, eles explicam suas motivações.
As dificuldades de acesso a empréstimo e a ausência de uma data para a retomada das atividades estão entre as maiores preocupações dos empresários”, explicaram em entrevista ao jornal Estado de Minas.
Com 38 páginas e extremamente detalhado, o protocolo de retomada proposto pelo Movimenta-SE é um marco e uma diretriz fundamental a ser seguida. A negligência do poder público é sintomática.
O protocolo foi baseado em pessoas, no qual dois clientes foram atendidos, sendo público e fornecedores. O objetivo é que as regras sejam adaptadas aos diversos tipos e tamanhos de eventos, sempre tendo como foco as pessoas que praticam a ação”, detalham os organizadores, explicando que o protocolo foi criado tendo como foco atender todos os envolvidos.
Em consonância com o movimento, casas de show e eventos ao redor do mundo se uniram pela ação “Night of Light”, ocorrida no último final de semana de junho, para simbolizar, através da luz vermelha, o estado caótico pelo qual a indústria passa. O Laroc, por exemplo, iluminou toda sua fachada com a cor vermelha e fez um apelo intenso nas redes sociais, pedindo que o poder público se mobilize para, ao menos, estabelecer prazos e práticas para uma retomada agendada.
O governo paulista, semanas depois do Movimenta-SE ter apresentado seu projeto ao governo de Minas, programou que o início da retomada se dará após quatro semanas consecutivas de queda nos números de contaminados pela COVID-19, mas esta ainda é uma programação incerta e bastante insegura.
A realidade é que a indústria luta sozinha contra um inimigo quase imbatível. Nós, que consumimos, temos que entender e auxiliar como e quando for possível. Eles, e, naturalmente, todos nós, estamos praticamente sozinhos nessa. Movimenta-SE é preciso.
Revisão por Hector Lopez