Seu preconceito não pode esconder a realidade o Tech Funk chegou para ficar e o Whighle conta mais o porque
Na foto: Whighle via divulgação

Seu preconceito não pode esconder a realidade: o Tech Funk chegou para ficar e o Whighle conta mais o porque!

Do submundo pro mainstream, dois mundos que se abriram para além do preconceito e que podem unir forças para seguir movimentando milhões e encantando milhares. O funk e a música eletrônica, diametralmente opostos, podem intimamente conviver e colaborar. Foi nesse espaço que o Tech Funk se instalou para quebrar paradigmas e construir uma base sólida a fim de fazer que a música seja, acima de tudo, propagadora de vibez e bons sentimentos. 

Conheça a subvertente

O Tech Funk é uma adaptação/evolução do Eletrofunk, ritmo que une bases do funk carioca com a batida do eletrônico. O nome reconhecido como “inventor do eletrofunk” é o DJ Cleber Mix, que, ao lado do empresário Alexandre Alves, fez muito sucesso no começo dos anos 2000, lançando hits como “Não Da Mais”, uma versão da clássica Stereo Love.

Se expandindo e fortalecendo mundo afora, o ElectroFunk chegou ao que se conhece hoje como Tech Funk apenas em 2018 com o Dj e produtor Volkoder, que lançou, em parceria com o Mc Delano, uma versão de “Plano Infalível”. Conhecida pelo refrão “o baile parou só pra te olhar”, a track fez muito sucesso tanto nacional quanto internacionalmente e foi tocada em todos os cantos. 

Esse lançamento fez com que a subvertente ficasse mais forte, com mais produtores se aventurando no estilo. O próprio Volkoder voltaria a se aventurar no gênero com um lançamento na gigante gravadora Dirtybird, o hit ”How”.

Depois deles, caras como Mkjay, Whighle, Sterium, Black V Neck e Bruno Furlan. O estilo foi ganhando tanta repercussão que chegou até ao “comercial”, com produtores como JØRD, Flakkë e LOthief apostando na mistura.

Esse mix de elementos no Tech Funk é semelhante ao do Eletrofunk, mas com a ordem inversa. A cena eletrônica colocou a batida do funk carioca no meio de seus beats para que surgisse o Rave Funk. 

Com o preconceito sendo superado a cada dia e a cada desafio, essa subvertente tomou seu caminho e concretizou o trajeto de quem virá nesse mesmo ambiente sonoro. E será um deles que você passa a conhecer nesse material que quer desmistificar o som e aproximar pessoas e sentimentos.

Whighle e a bandeira do Tech Funk

Projeto criado por Enrico, em 2017, depois de ter desistido da faculdade a fim de seguir o sonho de viver da música. Desde muito pequeno, sempre foi muito musical, começando a colecionar CDs antes mesmo de aprender a escrever. Hoje em dia, possui uma coleção de mais de 100 discos de vinil e incontáveis CDs que vão desde bandas icônicas do Heavy Metal, como “Rage Against The Machine” e “Iron Maiden”, até cantores e cantoras Pop, como Justin Bieber e Mariah Carey, ou até grandes artistas do MPB, como Zeca Baleiro e Elis Regina.

Assim que saiu do ensino médio, começou a se interessar mais pela produção musical até pelo fato de ter começado a frequentar lugares como baladas e raves. Demorou pouco tempo até começar um curso na Aimec e sair produzindo. O primeiro release foi na Red Paradise Records e o último na Delicious Records; este, inclusive, um Tech Funk. 

Desde o ano passado, vem se aventurando nessa mistura entre funk e tech. A primeira track a sair no estilo foi a “Como Ela Vai”, em setembro do ano passado, já recebendo suporte em todos os cantos do Brasil. Depois vieram “O Baile” e “Tech Baile”, ambas pela Delicious Records, e esse ano ainda tem os maiores releases: uma collab com Malik Mustache e Edu K, que vai sair pela Liboo Music (sublabel da Universal Music), e “Chão”, em parceria com o Feelgood e que sairá na Elevation (label do Illusionize).

Em um bate papo franco, Enrico a.k.a Whighle abriu o coração sobre o que tem vivido e as superações do dia a dia na luta pelo trabalho que conduz com tanto amor e verdade:

Há quem ame e há quem odeie, existe aquele contratante chato que não te contrata apenas por saber que você vai tocar alguma música que mistura funk, ou aquele cara que te contrata exatamente por causa disso! 

Uma outra coisa que às vezes acontece também é uma adoração enorme dos gringos pelo estilo, acredito que por não estarem muito familiarizados com o “funk”. Quando eles ouvem, eles consideram como uma coisa única, um ritmo 100% brasileiro, enquanto os próprios brasileiros mantêm o preconceito com a subvertente!”

Whighle é mais que uma sonoridade, é um sonho, uma bandeira, um exemplo. Um dos nomes que mais se impôs e levou adiante a ideia do Tech Funk, que hoje tem adeptos, fãs e agenda, mas nem sempre foi assim.

Resta quebrar a barreira do preconceito cego e desalinhado, do mal pelo mal, e para isso existe a informação. O que você encontrou aqui, nesse material que abre espaço para falar, ouvir e aprender. Permitam-se. A audição não depende de conceitos, deixe que o coração responda. Dê o play e sinta as vibez!

Revisão por Hector Lopez