Clayton Farias é o nome por trás do DJ e produtor carioca Softmal, um dos artistas mais prolíficos e reconhecidos que temos na cena brasileira de House Music, principalmente no quesito de produção musical.
Ele já conseguiu emplacar 13 tracks simultaneamente no top 100 do Beatport, sendo quatro delas dentro do Top 10; ao todo, já foram 179 produções autorais que entraram no top 100 do Beatport, sendo que seis delas alcançaram a posição #1: “Celebrate Good Times” (2017) — que na época superou “Shape of You”, de Ed Sheeran, além de outros hits globais como “Shed A Light”, de David Guetta e Robin Schulz — “All Night Long” (2018), “F.A.M.A” (2019), “My Girl” (2020), “All Night Long 2k21” (2021) e “Never Gonna Give You Up” (2022).
Com isso, ele ficou entre os Best Seller de vários gêneros e chegou a ser Top #1 Dance Artist, liderando o ranking por 15 meses e ficando à frente de estrelas como David Guetta, Calvin Harris e Tiësto. Como consequência, suas músicas bombaram no Spotify de alguns países e mais conquistas vieram, como Top 10 Spotify Viral Alemanha e Top 20 Spotify Viral na Nova Zelândia e na Áustria.
Atualmente com 38 anos, ele produz desde 1999 graças ao seu contato com o jogo MTV Music Generator, do PS1, experiência que mudaria sua vida dali em diante. Em sua carreira, ele já conquistou suportes de artistas como Fatboy Slim, Carl Cox, Jamie Jones, Fedde Le Grand, Vintage Culture e entre outros.
Leia este bate-papo super vibez e conheça mais a história desse artista:
O que o influenciou a entrar no universo da música eletrônica?
Trazer memórias, emoções e felicidades para as pessoas na pista ou com minhas produções com certeza foi o primeiro fator. A música move minha alma, me traz alegria e poder espalhar isso para os meus fãs é o que me mantém ativo.
Quando você começou a aprender produção musical?
Nasci no Rio de Janeiro em 1985 e, logo aos 7 anos, em 1992, fui morar nos Estados Unidos (New Jersey). Lá aconteceu meu primeiro contato com a House Music e o Hip Hop, foi quando me apaixonei por música eletrônica. Em 1999, já morando em São Paulo, foi onde iniciei na produção musical, primeiramente através do jogo de Playstation 1 chamado MTV Music Generator.
E como você construiu sua identidade sonora depois disso?
Na infância, tive a sorte de nascer numa família que ouvia muita música. Disco, Soul, Rock, Samba, Forró e MPB… aos 3 anos ganhei meu primeiro vinil de presente da minha mãe, era o álbum “Bad”, do Michael Jackson, meu maior ídolo, me influenciou muito musicalmente…
Morar nos Estados Unidos no começo dos anos 90 com certeza foi a maior oportunidade que tive de ter contato com a House Music… em 1995, no Rio de Janeiro, tive muito contato com o Miami Bass e o Funk Carioca que usavam muitas técnicas de samples e colagens, o que me despertou a curiosidade de saber como eram feitos esse edits.
No final dos anos 90 e começo dos anos 2000, frequentei muitas festas e raves de House, Techno e Drum ‘n’ Bass, foi nessa época que comecei a descobrir muitos DJs e projetos de música eletrônica.
Quais eram esses artistas que te inspiraram no começo?
A lista vai desde nomes internacionais como The Prodigy, Fatboy Slim, The Chemical Brothers, Daft Punk, Carl Cox, Ferry Corsten, Tiesto, Bob Sinclar, Massive Attack, até brasileiros como DJ Mau Mau, Renato Cohen, Dj Murphy, DJ Marky, DJ Patife e vários outros.
Como você definiria o som que você toca?
O estilo que predomina nos meus sets são House e Tech House, mas gosto de mesclar com Afro House, Nu Disco, Techno, Melodic House, depende da gig. Meus sets costumam ser 90% com tracks, mashups e edits exclusivos que só poderão ser ouvidos nos meus shows… o ponto forte da minha apresentação com certeza é o feeling e a leitura de pista.
Você já lançou por várias labels que são referência quando falamos de House, quais você destacaria?
Eu diria que Prison Entertainment, Glasgow Underground, ZYX, Pornostar Records, Tribal Kitchen, Nervous Records, Milk & Sugar, Hub Records, Resurrection Recordings e Ministry Of Sound. Além disso, também estou à frente de algumas labels como a Sunset Disco, Minus Mal’s Records, Desiree Boulevard e Pizza House.
Quais foram os principais momentos vividos ao longo da carreira até aqui como DJ?
Foram vários, mas vou citar alguns que me marcaram de forma especial.
Em 2009 fiz um long set no vinil de 3 horas na festa de 10 anos da SP Groove, logo depois teve Chris Liberator b2b Dave The Drummer num set incrível, eles usaram meus feltros nos toca discos e depois eles autografaram para mim!
Neste último réveillon toquei na Carpe Vita no espaço FG Sul, em Balneário Camboriú, em frente ao mar, onde eu fiz um mashup especial para a contagem regressiva. O drop do mashup foi no momento exato da queima de fogos da praia de BC. Na sequência fiz um b2b com a DJ Fran Prado e após isso tocou a Sam Divine e o KC Lights, foi uma noite incrível!
Ainda em SC, tem dois clubs em Jurerê Internacional que são bem especiais: o 300 Cosmos Beach Club e a POSH, tive várias apresentações memoráveis por lá
Por fim, guardo com carinho na memória algumas noites no Bonita bar e cozinha e no Guapísima, onde atualmente sou DJ residente, em São Paulo.
Como produtor você também teve várias conquistas e suportes, certo? Conte-nos algumas delas.
Ter a música tocada pelo lendário Fatboy Slim diversas vezes, inclusive uma delas em um set no Mambo Ibiza, onde ele tocou duas tracks minhas produzidas em parceria com o Nytron, foi algo surreal!
O suporte recente do Carl Cox tocando a nossa música “Mykonos”, que produzi em parceria com a LLølita e o Lucenamusic pela Sunset Disco, num local tão icônico que é o Brighton i360, é uma coisa que ainda não caiu a ficha.
Outro fato foi ter conhecido pessoalmente os integrantes da maior banda de música eletrônica do mundo na minha opinião, The Prodigy. Pude bater um papo com eles e mostrar as minhas produções, algo que realmente mudou a minha carreira.
Uma surpresa foi saber que minha música “All Night Long” foi a mais tocada na rádio George FM (Nova Zelândia) por dois meses consecutivos.