Neste sábado, 26 de outubro, a festa The Boogie completa cinco anos de vida. Criada despretensiosamente em 2019 pelos amigos Luis Felipe Vilela e Giorgio Menegatti, em pouco tempo um evento que começou apenas para 40 pessoas passou a se tornar referência quando o assunto é disco music.
A comemoração, que será em local ainda a ser revelado em São Paulo, terá nada menos que um set especial de disco/soul/funk de KL Jay, um dos mais conceituados DJs do Brasil, mais conhecido por seu trabalho à frente dos Racionais MC’s. Além dele, Pista Quente, The Boogie DJs, Beto Chuquer e Duda completam o lineup.
Para entender melhor como começou toda essa história e qual a vibe da festa, conversamos com Vilela e Menegatti. Leia abaixo!
O que fez vocês decidirem criar uma noite voltada à disco music?
O maior incentivo para criarmos o projeto foi a ausência de oferta de eventos de qualidade que possuíam genuinamente esse DNA de disco music na época. Sempre frequentamos muitas festas e festivais, mas sempre que era “vendida” essa ideia de que seria uma festa de disco, nós chegávamos empolgados e dávamos de cara com DJs tocando outras diversas linhas de som, com pouquíssimo disco, e ficávamos frustrados.
Diante disso, nós pegamos nossos amigos próximos e alugamos o quintal de um hostel para fazer uma mini edição teste para 40 pessoas. Incentivamos todos a se caracterizarem com roupas de época e fizemos a primeira edição da The Boogie.
Quando o evento acabou, nossa página no Instagram, que na época não tinha nem cem seguidores, estava lotada de mensagens de pessoas perguntando sobre próximas edições. Foi nesse momento que percebemos que tínhamos acertado a mão, e dali em diante apostamos e investimos forte no projeto e em nossa profissionalização como marca e como produtores de evento.
Na percepção de vocês, qual a visão que o público em geral tem sobre a disco music? Ela se mantém a mesma de cinco anos atrás?
Em 2019, quando começamos, nós percebemos que a visão do público sobre a disco vinha muito de um lugar de memória afetiva, principalmente em relação aos hits clássicos dos anos 80, como músicas como “Mamma Mia”, do ABBA, “Y.M.C.A.”, do Village People, ou “Bad Girls”, da Donna Summer.
Quando começamos, não tinha nenhuma marca de festa com uma identidade jovem que explorava especificamente esse repertório nostálgico de fato, e nós trabalhamos para ocupar esse espaço e nos tornarmos referência na entrega desse tipo de conteúdo para a galera.
Acreditamos que a percepção e, até mesmo, aceitação musical do nosso público foi mudando, mas não de forma drástica. Sentimos que com o passar dos anos, as pessoas que frequentam nossas festas vem se abrindo cada vez mais para apresentarmos novos “caminhos musicais”. Isso é ótimo, porque nos permite explorar cada vez mais uma linguagem musical mais aprofundada, navegando entre hits comerciais, que todos amam, e músicas que ficaram “esquecidas no tempo” ou que nem mesmo fizeram sucesso na época que foram lançadas.
Quais as principais edições realizadas pela The Boogie?
Se formos falar de edições específicas, temos que ressaltar a primeira edição pós-pandemia que fizemos na cidade de São Paulo, a “The Boogie Freedom Edition”. De fato, esse foi o sentimento que predominou ali: as pessoas podendo interagir sem restrições após aquele período de confinamento estendido criou uma atmosfera que foi realmente marcante e única. Todos dançando e reagindo e pulando a cada música que era tocada foi algo lindo de se ver e viver.
Vale ressaltar também o fato de que sempre que damos um pontapé inicial de trabalho em uma nova praça, é um momento que sentimos aquele gostinho especial — e frio na barriga —, então vale ressaltar todas as nossas primeiras edições fora da capital paulista.
Em relação a números, já fizemos festas para mais de 2500 pessoas. Extremamente desafiador, mas incrivelmente satisfatório também! No fim, cada edição tem suas particularidades que as tornam únicas!
Como vocês conseguiram realizar edições ao redor do mundo, em cidades como Londres, Barcelona, Lisboa e Madrid?
Em 2022, fizemos uma viagem para a Europa, e meses antes pensamos: “ok… por que não tentamos fazer a The Boogie lá?”. Desde então, começamos a trabalhar em função disso, nos conectando com amigos e pessoas que poderiam nos ajudar a executar o projeto.
Em cada cidade temos uma história diferente, com particularidades e desafios distintos. Em Londres, temos um amigo que também faz festas, o DJ Limão. Ele nos ajudou a realizar a festa por lá, em parceria com sua própria label, a “Vai Brasil”.
Nossa primeira edição em Barcelona foi muito trabalhosa. Foram semanas e semanas pesquisando e prospectando dezenas de bares, rooftops, clubs e afins para conseguir um lugar que nos agradasse e que toparia nos receber.
Já em Lisboa, temos um amigo de longa data que é portugues e vive por lá. Quando contamos o que estávamos planejando, ele quis participar. Dois anos e meio após nossa primeira edição em terras portuguesas, ele segue sendo nosso sócio e participando ativamente de toda a operação no país, que hoje contabiliza seis festas.
Por fim, em Madrid, iniciamos a operação este ano. O Lufe se mudou para a capital espanhola com o objetivo de expandir a operação por lá. Em três meses, realizamos duas festas e conseguimos estabilizar a marca, já traçando planos para o segundo semestre de 2025.
Vocês gostam mais de trazer nomes que sejam conhecidos principalmente por trabalhar com a disco music e suas vertentes, ou acham mais interessante trazer DJs mais associados a outros estilos e desafiá-los a tocar disco?
Até o momento, nós construímos nossa marca sem essa aposta em grandes nomes no line-up, mas olhando para o futuro, nós pretendemos apostar em DJs que são associados a outros estilos e proporcionarmos esse ambiente onde eles podem apresentar uma curadoria musical única atrelada à identidade da nossa festa.
Dessa forma, iremos oferecer algo inédito para o público, que estará vendo artistas realizarem apresentações únicas, e, além do público, buscaremos também a satisfação dos próprios artistas que terão a oportunidade de apresentar algo fora do script.
O que, de jeito nenhum, pode faltar em uma edição da The Boogie?
Um ambiente de diversão e descontração, que também é seguro, para que as pessoas possam aproveitar ao máximo, do início ao fim. Queremos entregar uma experiência excelente em todos os nossos eventos, em todos os aspectos. Da fila de entrada à fila do bar e banheiro, o conforto na pista de dança, qualidade do som, seleção dos DJs que se apresentarão, entre outros pontos.
Estamos sempre muito preocupados com a experiência do nosso público, queremos realmente dar o melhor para essas pessoas!