Olá meus caros e minhas caras, como estão? Espero que todos estejam bem. Recentemente, em uma conversa com um de meus novos clientes, me deparei com um questionamento muito interessante vindo da parte dele e, acredito que deveria trazê-lo para um artigo, uma vez que assim mais pessoas poderiam ser convidadas a refletir a respeito desse tema.
A pergunta que desencadeou na reflexão foi a seguinte: “Fui contratado para tocar em uma determinada casa, mas o contratante quer que eu toque o som do momento. O som que eu me proponho a tocar não é a vertente que está bombando no momento. Eu mudo meu set para me adequar ao pedido do contratante ou sou fiel ao que eu quero tocar e continuo com meu estilo e me arrisco a cancelarem o contrato desta data?”
O que segue abaixo neste artigo é a minha opinião como profissional do marketing e desde já eu convido você leitor(a) a refletir e, se quiser, mandar um inbox na @nommadmedia para conversarmos a respeito do assunto.
Bom, vamos lá, na minha visão, quando algum artista detecta que o mercado está indo em rumo a uma determinada vertente e ele tenta se adequar para aproveitar essa “moda”, duas situações bem distintas acontecem que são: primeiro, você já está “atrasado”, pois você não será pioneiro, afinal, esta tendência já existe e já está se consolidando com suas devidas referências, e a segunda situação é que quando se tenta seguir esta tendência por conta de aproveitá-la, há um grande risco de perder a sua essência e identidade.
E eu acredito que esta segunda situação é a mais prejudicial de todas. Tente imaginar a seguinte situação: Alguém contrata o Skrillex mas pede para ele fazer o show tocando apenas Tech House e Deep. Situação quase inimaginável, não é mesmo? Pois se alguém contrata o Skrillex, esse contratante quer ouvir Skrillex, as músicas dele e a energia do show dele, é essa experiência e atmosfera que está sendo contratada.
E por que com você seria diferente? Por que você mudaria sua forma de se apresentar e sua identidade? Quando alguém te contrata, é exatamente a mesma coisa, estão contratando a experiência que você proporciona, não apenas um prestador de serviço. O seu valor agregado é muito maior que apenas uma apresentação performática.
Esse é o grande problema de se adequar às modas e tendências, além do atraso, o fato de perder sua essência e identidade te bota em uma “vala comum” com um monte de outros DJs e, por conta disso, o único argumento de venda que você terá será o do seu preço, ou seja, quem cobrar mais barato será contratado. Faz sentido esse tipo de raciocínio?
O ponto que talvez deva ser esclarecido com mais ênfase então é, além de manter sua identidade, você precisa ter claro que existem muitos segmentos e nichos diferentes no mercado da música eletrônica, alguns maiores e outros menores, mas existe espaço para todos.
Em geral, no nosso país, ainda não olhamos a música como business e temos uma visão de mercado limitada, isso faz com que alguns artistas joguem no lugar seguro de seguir tendências ao invés de criar sua própria identidade e se tornar pioneiro. Não estou dizendo que é fácil criar sua identidade, mas é o desejável quando almejamos o destaque.
Um abraço a todos e até breve, Diogo O’Band.
Este texto foi escrito ao som de: Gui Boratto – Azzurra