Nessa entrevista quis ir além, falar com uma mulher que através das filmagens me faz imaginar como o mundo é do outro lado, como valioso é o trabalho de quem mostra através do seu olhar uma versão daquilo que ainda não conheço: Uma cidade, uma festa, um passeio pelo mundo com uma câmera na mão e muita música.
No Off the Stage da vez, conheça Leah Barylsky, videomaker natural do Hawaii que tem registrado boa parte do material do RÜFÜS Du Sol, confira:
Leah, qual é o papel do videomaker?
Leah: Para mim é capturar um espaço no tempo. É capturar a essência de qualquer coisa que esteja apontando para a sua câmera, seja ela uma pessoa, um lugar, um momento ou um sentimento.
Viajar com um artista, gravando cada momento, parece um sonho. Mas o que você diria que é a pior parte deste trabalho?
Leah: O sentimento de nunca ser capaz de acompanhar tudo que acontece enquanto estamos em tour. E estar sujeito a várias mudanças o tempo todo, entrando e saindo de hotéis, de ônibus e aeroportos, pouco tempo para dormir. Mas a pior parte desse trabalho é inerentemente a melhor parte também, que é viver muitas experiências diferentes em um único dia! Não existe nada como isso.
Como você começou a trabalhar na indústria da música?
Leah: Foi definitivamente aos poucos. Eu sempre fui muito encantada com música e igualmente apaixonada por filmes. Eu não precisei pensar muito sobre isso, uma vez que eu comecei a ir a shows enquanto estava no colégio e na faculdade, eu sabia que filmar artistas se apresentando era o que eu queria fazer.
Eu entrei em contato com o produtor de eventos de onde eu morava – Oahu, cidade onde eu cresci – e perguntei se ele teria alguma oportunidade para eu poder filmar os artistas durante os shows. No início eu comecei apenas editando os vídeos para os artistas no Instagram e Facebook. E eventualmente, após alguns meses editando esses vídeos, eu tive a chance de filmar o meu primeiro show.
E após esse eu nunca mais parei, eu filmei todos os shows que eu fisicamente pude pelos próximos 2 anos até que me mudei para Los Angeles. Eu sabia que eu queria fazer vídeos envolvendo música, então o meu primeiro ano foi explorando esse território, e eu ainda continuo o explorando. haha
E quando seu trabalho começa durante uma turnê? As câmeras nunca são desligadas?
Leah: Eu realmente filmo o tempo todo, mas não existe uma fórmula ou receita pra mim. Eu ligo a minha câmera sempre que eu me sinto inspirada, porém coincidentemente isso acontece o tempo todo. haha Eu nunca desligo a câmera durante um show e eu sempre tenho pelo menos uma ou duas câmeras gravando ao mesmo tempo. Além dos shows, eu amo filmar os ensaios porque durante esses momentos eu tenho bastante liberdade para usar a minha criatividade.
De que obras você mais se orgulha?
Leah: Essa é uma pergunta bem difícil pra mim, porque olhando pra trás eu me considero orgulhosa de tudo que produzi de todos os jeitos e o que é mais bacana é que eu não acho que seria capaz de te responder dessa mesma forma se fosse há uns anos atrás.
As que eu mais curto são “Capture A Space” e o “Is It Alive”. São combinações de trabalhos com momento pessoais meus que eu filmei durante os anos e são as obras que eu mais me dediquei. Elas são como cápsulas do tempo de momentos da minha vida e mostram como eu vejo o mundo e as pessoas ao meu redor.
Is It Alive from Leah Barylsky on Vimeo.
capture a space here from Leah Barylsky on Vimeo.
Outra obra seria a “Solace Series” do Rüfüs Du Sol que eu tive a honra de ajudar a construir. Foi o mais longo e trabalhoso projeto eu eu já fiz. Eu gosto de pensar nessa série como um conjunto de cartas de amor para o Rüfüs. “Another Life”, o último episódio que lançamos é o que eu tenho mais perto do coração, porque mostra a beleza e a tristeza de deixar algo/alguém partir, um sentimento imenso que nós, como seres humanos, eventualmente vivemos. O episódio é acompanhado pela música “Another Life”, que é a última música do último álbum deles, “Solace”.
Another Life Ep. 9 Solace Series
Nomeie 2 vídeo clipes ou filmes que são uma referência para você:
Leah: “Victoria” de Sebastian Schipper é um ótimo filme que sempre me inspira. Ah! E todos os clipes do The Blaze. Pra mim eles são obras-primas.
Que dica você daria para quem quer começar a trabalhar com audiovisual?
Leah: Não tenha medo, mesmo que você ainda não saiba exatamente o que você quer nesse ramo. Aprenda de um jeito que funcione bem pra você, mas aprenda o máximo possível.
Tente não se desencorajar pelas tecnicalidades desse mercado e confie que você será capaz de fazer algo não apenas único, mas necessário.
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Texto por Jade Cohen