Marcelo Madueño, executivo da Entourage Conteúdo Artístico e responsável pela produção do festival Time Warp no Brasil, foi o mais recente entrevistado do programa Vibez Talks, o podcast da Eletro Vibez. Conduzido por Lorena Sá, o papo teve como foco explicar em detalhes a próxima edição do evento, que estará em novo local, e contar mais sobre os motivos que fizeram o TWBR deixar o Anhembi, habitué das edições nacionais.
Assunto importante de ser falar a respeito, porque quando você não está envolvido na produção, tem muitas coisas que o espectador não vê. A gente, como produção, fica numa situação delicada de explicar demais, mas é assim: o Anhembi é um lugar que nós gostamos demais, a gente já fez vários eventos lá, além do Time Warp. Teve Tantša, Elrow, teve o Cena.. A gente conhece muito bem o pessoal, temos um carinho pela administração, que agora é uma empresa francesa, e que era administrado pela própria cidade de São Paulo”
Mudança de padrão
“Antes da pandemia, muitos eventos aconteciam lá todo final de semana, virando a noite e todo mundo estava acostumado a viver com o ruído da cidade. A pandemia veio e isso foi um marco pra todo mundo, pra revisitar vários valores, e na volta dos eventos, o Ministério Público abordou o espaço: “Vocês vão precisar fazer uma série de mudanças e vocês estão proibidos de fazer eventos de madrugada, exceto dois: Time Warp e Primeira Sound”.
Estudo sonoro
Um ano antes do evento, decidimos fazer um vasto estudo acústico. A gente chamou a SEPRO, que é nosso parceiro no sistema de som, e fizeram um estudo para entender o mapa da cidade e entender onde colocaríamos o palco, para onde o som se dissiparia, como tudo ia funcionar. Foram diversas tentativas e ajustes até que se encontrou um caminho, com a anuência e colaboração das associações de moradores, que representam quase meio milhão de pessoas morando nas redondezas. Todo mundo super flexível, entendendo que todo o ecossistema econômico local se beneficiaria”.
Análise durante o Time Warp
Resolvemos, então, também monitorar o som do evento, com 30 pontos de mensuração durante a noite anterior, quando não tinha nada rolando. A gente foi na casa das pessoas que reclamavam para entendermos onde estava o problema. Foi quando a gente descobriu uma coisa que não se imaginava: o ruído da cidade é mais alto do que é permitido por lei. Nosso som, somado ao ruído do local, ficava acima e isso gerava desconforto. Por volta de duas da manhã, quando o movimento baixava, nosso som se destacava, e isso era mais uma questão problemática junto às associações”.
As dificuldades com a gestão do som não são novidades na história da Entourage ou de Madu. Ele lembra do caso da Kaballah Festival, que aconteceu no Hopi Hari, um parque de diversões que fica próximo a uma reserva ambiental. Por conta da reverberação do som e dos graves, que são sentidos na pista, e também nos arredores, foi feito um estudo de som que apontou os efeitos sobre os animais, o que motivou a mudança do evento para uma resolução boa para todos.
A partir disso, no caso do Time Warp, ciente de que o festival prima pela qualidade sonora, mas também pela manutenção do bem estar das pessoas, foi decidida a mudança para o Autódromo de Interlagos.
Uma solução otimizada
A gente encontrou em Interlagos a saída ideal, porque precisávamos de um lugar muito grande, e a cidade de São Paulo tem muitas limitações de horário, como no caso do Allianz Parque. No autódromo, teremos condições de manter toda a experiência Time Warp sem que isso comprometa qualquer limitação legal ou afete algum envolvido na operação. Mudamos para sustentar aquilo que de melhor tem o evento e respeitando nossa cidade”
Em Interlagos, nos dias 5 e 6 de maio, o Time Warp desembarca no Brasil novamente para uma edição histórica, que promete ser a melhor edição que a cidade de São Paulo já viveu.
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