Uso terapêutico de MDMA por profissionais da saúde é autorizado nos EUA

O Food and Drugs Administration (FDA), a agência que regula medicamentos nos EUA, autorizou, depois de quase dois anos de entraves, que a MAPS (The Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies) dê continuidade com um estudo para administrar MDMA em psicoterapeutas em formação para acompanhar terapias psicodélicas.

A ideia é que os voluntários possam experienciar em si mesmos os efeitos do medicamento psicoativo para que depois possam administrar aos pacientes. A pesquisa esperava autorização há vinte meses.

O estudo vai medir o impacto do MDMA sobre a qualidade de vida profissional, a autocompaixão e a incidência de ‘burnouts’, como fosse rompantes extremos de agitação, nos terapeutas voluntários. Recentemente foram publicados na revista Nature Medicine os resultados de uma pesquisa da própria MAPS, que indica que a psicoterapia assistida por MDMA é eficaz para tratar estresse pós-traumático.

Nesse sentido, é bom que existam diversas investigações em fases diferentes ocorrendo simultaneamente. “Ainda que tenhamos pesquisas em Fase 3 acontecendo no momento, as de Fase 1 são importantes para gerar dados exploratórios e de segurança para novas linhas de conhecimento”, disse Berra Yazar-Klosinski, a cientista-chefe da MAPS, em um release da organização, divulgado em maio de 2021.

O FDA liberou a continuação da pesquisa graças às últimas evidências, que indicam que os tratamentos são cientificamente válidos, além do baixo risco à saúde apresentado a quem ingere MDMA fabricado com controle de qualidade farmacêutico e utilizado em ambiente seguro e privativo.

A ideia de profissionais terem experiências em primeira mão é controversa, embora a MAPS a considere um elemento importante para qualificar e treinar profissionais – e é essencial que elas aconteçam dentro de um contexto científico, uma vez que o MDMA ainda é uma droga ilegal nos EUA. A pesquisa da MAPS também vai possibilitar que os terapeutas tenham acesso às mesmas condições de uso de seus pacientes.

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